sábado, 3 de maio de 2014

A semente

Eu plantei um sonho. Escolhi a melhor terra. Preparei o solo, revolvi, escolhi o lugar ideal, onde não havia sol demais nem de menos. Eu plantei um sonho e esperei.

Com amor reguei dia a dia com sorrisos e lágrimas. Espantei as pragas, tirei as ervas daninhas. Com amor esperei. Vi sóis nascerem e morrerem e esperei com alegria o momento em que a semente germinaria.

Um dia, um pequeno broto surgiu tímido. Pequeno, mas vigoroso. Esperei mais feliz. Mas apesar de todo dia um novo sol surgir e se por, sóis e mais sóis, o broto não vingou e caiu. Mas a semente continuou no solo, saudável, carregando seu potencial de vida, e eu cuidei dela com o meu melhor. Outros tímidos brotos surgiram e caíram antes mesmo de virar uma folha. Minhas lágrimas foram água e sal para a terra, mas a minha semente, apesar de perfeita, recusa-se a nascer. 

Ela só quer ser semente.

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